Cultivando sua árvore
Mais do que guiar um passo a passo de como fazer o Vrikshasana minha ideia hoje é te guiar por observações e comparações naturais para o seu estado mental e sutil para a prática.
Aparentemente de execução fácil, bastando transferir o peso para um lado da perna base, flexionar o joelho oposto e levar o pé no melhor apoio que puder manter. Calcanhares, panturrilha, coxa, virilha, ativar os fechos energético ( bandhas), tração e ativação de todo o corpo. Pronto, você já realizou a postura da árvore. Às vezes fazendo até mesmo em pé lavando a louça ou conversando com amigos.
Mas, ao tomar posse conscientemente do Vrikshasana, a postura da árvore, gostaria que sempre pudesse lembrar de
Antes de entrar na postura da árvore, tome a base de tadasana. A montanha.
E como uma árvore que cresce em solo fértil, cria raízes que ninguém vê, sustenta por séculos a fundação do seu crescimento, que esse alinhamento interno seja igual a sua jornada no Yoga. Que ao conectar os pés no solo, abrindo os dedos dos pés, como garras que tocam a presa, e distribuindo o peso por todo o pé, crie ali a estabilidade e fundação para a sua sustentação. Honrando a Terra e sua ancestralidade do presente do passado.
Enraizando os pés no solo, sentindo vibrar o Muladhara e seu elemento Terra. Sólida, constituinte e nutridora, estabilizando e sendo a base para todos os outros elementos e crescimento é hora de tirar o outro pé do solo.
Que a fluidez, leve e passageira sensação de instabilidade te permita escolher sem ego ou permissão de terceiros, ouvindo o livre arbítrio do Swadhisthana ressoar. Onde hoje você desejar se apoiar? Escute seu corpo e leve-o onde desejar. No calcanhar, panturrilhas, coxas ou bem próximo a virilha.
Para se manter vivo precisamos de estabilidade, segurança e vontade própria. E a postura em pé representa também nova evolução na caminhada humana. Escolhendo sua base e sua versão de estabilidade, no chakra base, raíz, o que antes era motivado por viver, depois por ser livre, agora é para arder. No centro do seu corpo no calor interno de tapas, permita-se no fogo persistir para vencer a vontade de desistir. Realizando o udiyana bandha com energia necessária para distribuir e transmutar, a energia da ação, o fogo transformador, em recolhimento para o ser sentindo ainda mais estabilidade e vigor.
Para seguir em frente transpondo as vivências anteriores vamos continuar subindo e estimulando agora os Chakras mais sutis.
Em seu peito, deixe o prana entrar e transformar. Balançar, preencher e esvaziar. Conectando e mudando a si, os outros e o meio. Sendo o pulmão do mundo.
Unindo as palmas das mãos, órgão de ação do Anahata, em frente ao seu peito, morada do seu intocável coração espiritual , sintonize o seu sankalpa em devoção e compaixão.
Considerando que a partir daí o gesto pode assumir diversos significados. Honrando seu guru levando as mãos unidas até a testa, a cabeça à Deus e unidas sobre a cabeça, ao Absoluto sem forma. Seja livre para criar e vibrar o que seu coração comandar.
Vivenciando o Nada Yoga atravessando a ponte do silêncio purificador do Vishudda chegamos ao Ajna chakra transformando agora o seu dristhi exterior, o foco no olhar, no horizonte a sua frente. Ou, fechando os olhos externos, abrindo os internos e focando em um ponto e imagem imutáveis entre suas sobrancelhas. Concentrando e comandando o equilíbrio perfeito para união do seu corpo e sua mente para mais a frente, fundir-se no vazio preenchedor da eternidade.
Não visualizando uma árvore mas sendo a árvore, cresça e expanda para além da sua forma física. Cultive suas raízes, cresça seu caule e tronco e alimente o mundo e a vida transmutando a energia do seu prana em ainda mais vida.
“As árvores são criaturas pacientes. Eles vivem uma época longa e tranquila e sabem como resistir a todas as mudanças do dia e da noite, do clima e da estação. Silenciosamente”
Zo Newell
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