Ahimsa – não violência!
Em sânscrito himsa é violência e Ahimsa é não-violência, não causar sofrimento a nada, nem a ninguém. O primeiro Yama do Yoga, descrito por Patañjali. É o primeiro passo, de oito, em direção à meta real do Yoga, a libertação do próprio sofrimento.
Esse conceito entrou no mundo da política com Gandhi que pregou a não violência como o caminho da solução de todos os problemas; considerando que a paz é a saída para tudo. Georg Feuerstein em seu livro As Virtudes do Yoga, prefere usar o termo não ferir ao invés de não violência, por ter uma conotação mais ampla.
Podemos considerar esse preceito, que á a base do Hinduísmo e também do Budismo e Jainismo, como o máximo de respeito a tudo o que tem vida. Respeito tal, que nos faz transcender alguns aspectos primitivos de pertencer ao reino animal: a reatividade e agressividade que desenvolvemos como instintos de sobrevivência e que podemos abrir mão em prol da espiritualidade e evolução.
Ahimsa é considerada a suprema virtude ou o grande voto, já que não existe prática espiritual (lembrando que o Yoga é considerada uma filosofia para a transcendência, para despertar o que está além do físico), se houver vinculada alguma atividade que cause dano.
Nossos estados mentais mais densos que vibram no egocentrismo, raiva, vingança, orgulho, ilusão… favorecem condutas desatentas carregadas de algum grau de violência para com o próximo. Já uma vida permeada por virtudes comportamentais, favorecem a paz e as condutas amorosas. Além de que, uma mente serena e tranquila, uma mente não violenta atinge mais facilmente estados meditativos e consequentemente a libertação do ciclo de sofrimento.
Faz sentido não causar sofrimento aos outros e consequentemente se libertar dele. Essa é a lei do Karma, não é mesmo? Mas praticar o ahimsa não é simples! Podemos gerar sofrimento de diversas formas, por meio das nossas ações diretas ou indiretas. Podemos ainda ferir intencionalmente ou de forma não intencional.
Pelas ações diretas podemos também considerar além das nossas condutas, a comunicação e a forma como nos relacionamos com os outros. Praticando ahimsa elas precisam estar banhadas em carinho, empatia, respeito e ser livre de ataques. Ainda que o yogi assuma uma postura firme, ela permanece gentil. Aqui vale uma reflexão sobre a diferença entre pacificidade e passividade. Cultivamos a pacificidade, ou seja a paz interna e no mundo externo, assumindo uma postura pró ativa e determinada. Ou seja, nada passiva.
Quando pensamos em viver verdadeiramente o Ahimsa, obviamente nós praticantes refletimos sobre o vegetarianismo ou sobre o veganismo, buscando integrar na alimentação um estilo que condiz com essa diretriz tão fundamental para o Yoga.
Patañjali afirma que ahimsa deve ser praticado em todas as condições e no Sutra 35 do capítulo 2 do Yoga Sutras ele diz que para aquele que praticar ahimsa, a inimizade findará.
Viver praticando e vibrando ahimsa, nos torna virtuosos a ponto de permitir a fluidez da energia mais sutil em nós. Energia esta, que nos permite discernir (viveka) com clareza e sabedoria, ativando um estado de ser que usa a mente superior (buddhi) como guia. É nesse estado que transcendemos os níveis inferiores, passamos a vibrar na paz e chegamos mais perto da iluminação (samadhi), para então, caminhar em direção a libertação (kaivalya – moksha)
Estar consciente do que acarreta violência e sofrimento a nós mesmos e no mundo ao nosso redor é uma forma de olhar para dentro, refletir sobre nossas condutas e aprimorá-las. Reconhecer que tudo está conectado e que a harmonia de cada vida depende da harmonia da vida alheia, é uma forma de despertar para a importância do ahimsa para a nossa existência. É acima de tudo uma forma de respeitar, reverenciar e amar além do ego e da individualidade.
Menos violência, mais Yoga com consciência!
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